Você está na página 1de 19
5 Estresse e Sistema Imune em Peixes Elisabeth Criscuolo Urbinati, Fabio Sabbadin Zanuzzo e Jaqueline Dalbello Biller-Takahashi SINOPSE (0 capitulo taz conhecimentos atuais sobre a orgaizacio e ‘05 mecanismos de resposta de estesse, dem como explora (95 fatores de modttacio do sistema imune em peies duran te esta resposta. Am disso, discute algunas estratégias ‘de combate a0 esvesse e aos patigenos, princpainente ‘com énfase em pees nectropcais, Dem como os avancos « perspectvasfuturas. Por fm, o capitulo possibta um me- Inor entendmento do complexo sistema neuroimuncenddcr- ‘noe suas apicacées para a producdo de pewmes. Introducao conhecimento disponivel sobre a complexa nanifestacio de um organismo animal frente a vondigles adversas desafadoras, coletivamente ‘chamada de resposta de estresse, teve contribuigSes Importantes desde 0 Século XIX e que serio, em parte, destacadas neste capitulo. Nos idos do Sécu- lo XIX, 0 fisiologista francés Claude Bernard intro- duaiu ume teoria sobre a existéncia, em organismos desenvolvidos, de mecanismos complexos de estabi- lizagdo do meio interno corporal, capazes de ajusta constincia do mela interno. Walter Bradford Can: fon, fisiologista norte-americano, no infeio de 1900, cestende 0 conceito de Claude Bernard de meio in- terno, e criou o termo homeostase, definide como ‘uma propriedade dos seres vivos, eapaz de regular 0 seu ambiente interno para manter uma condicio es- tivel, mediante ajustes de equilibrio dindmico, con- trolados por mecanismos fisologicos de regulacio, Cannon (1929; 19294; 1929b; 1939) sugeriu que a ativasdo répida de sistemas homeostaticos, especial- ‘mente o que ele chamou de sistema simpatico-adre- nal, preservava o meio interno, produzindo ajustes Compensatérios e antecipatérios que aumentavam 4 probabilidade de sobrevivencia animal. Ele ante- cipow a existéncia de respostas neuroendécrinas e, de forma engenhos, detectou a liberagao no sangue dde um hormonio chamado “adrenina’, da medula da ‘mas respostas bioldgicas e que havia um nivel tresse, em termos de intensidade e dur partir do qual os mecanismos homeostiticos falhe am 0 organismo perecia. Em 1986, Hans Selye, ‘meédico hiingaro, influenciado por Cannon, fol res- 88 BobgaceFsclgio de Feces Neowoncas de Agua Doce ‘ponsivel por um avanco definitive para o conheci- ‘mento atual sobre a fisiologia do estresse. Selye est beleceu o conceito da Sindrome Geral da Adaptacio SAG), segundo o qual a resposta de estresse apre- senta diferentes estigios, como uma reardo rapida de alarme, caracterizada pela imediata alivacdo do sistema simpstico-adrenomedular, seguids por ums reaglo mais prolongada de adaptagio e resistencia, por ativacio do eixo hipotilame-hipstise-adrenal, ‘om hipertrofia da glindula adrenal, atrofa do time < drgios linfoides, ulceragbes gastricas¢, por sltimo, ‘um estégio terminal de exaustdo e até morte, por cro: nicidade da resposta. ‘Os peixes teledsteos, assim como outros ani- mais, esto constante ¢ regularmeate sujeitos a alte- rages dos meios externo ¢ interno, contra as quals disparam respostas compensatérias © adaptativas ‘que ajustam as condigdes corporais para manter 0 complero estado de equilibrio dinamico, ou a ho- ‘meostase, como proponto e estabelecido por Claude Bernard e Walter Cannon, respectivamente, Entre: tanto, o& peizes, em ambientes artificiais de eriacio, cenfrentam, além das alteragées ambientais regula res, condigBes inesperadas de ameaca que. depen- ‘endo da origem, intensidade e duracio, os expoem a situagtes que vio além de sua capacidade de to- Terincia, colocando em risco saddle, bem-estar © so: bbrevivéncia. A quebra como estresse © € desencadeada por dos estressores, que slo aqueles que geram o quadro de estresse ¢ indiizem uma resposta coordenada en volvendo uma modificagio transitéria da regulaclo fisiologica. Os estressores podem ser tsicos, quimi- cos elon biolégicos/sociais (Barton, 2002). Entre os Fisicos podem ser destacados 08 procedimentos roti- neiros de manejo presentes na atividade de criagio, entre 08 quimicos as alteragtes de composicao do ‘meio aquatico resultantes da prépria criacio ou por ago antropogénica, ¢ entre os bioldgicos/sociais a densidade de estocagem, presenca de predadores, 0 feslabelecimento de hierarquia social e a interacao ‘com macro ou microorganismos. 'Na condigdo de estresse, 0s peixes apresentam ‘um conjunto de respostas sequenciais caracteriza- das em tr8s grupos, ou seja, as que se iniciam ime diatamente apos a presenca do estressor, em nivel neurocndécrino, e chamadas primirias jpercep¢s0. do estressor, alarme para mobilizacio dos sistemas biologicos envolvidos na respostal; aquelas generali zadas, envolvendo muitos drgies € tecidos, que so resullantes da acdo neuroendécrina, as chamadas se~ ‘cundirias (ajuste da condiglo corporal para adapta. ‘Glo as condigtes homeostiticas alteradas ¢ resistén- Gia), por ditimo as respostas que se caracterizam ppela perda da capacidade adaptativa © exaustio dos Sistemas biolégicos, estas chamadas tercirias. Neste grupo de respostas, este capitulo destacari aquelas ‘Que ocorrem por falha no funcionamento do siste ‘ma imunologico e aparecimento de doencas-e mortes, ‘eventuais, Organizagao e mecanismos da resposta de estresse Respostas primarias de estresse: alarme ‘para mobilizacao dos sistemas biologicos de adaptacdo e resistencia A resposta primar de estresse nos peixes t inicio com 0 reconbecimento de um estressor ea ins- tulagio de um mecanismo cerebral de alarme, que re: sulta numa resposta neuroquimica, envolvendo dois inos distintos, ou seja, 0s eixos sistema nervoso au: ténomo-tecido eromafim e hipotslamo-hipéfse-tecido interrenal |HEI) (Wendelaar Bonga, 1997; Wendelaar Bonga, 2011), (© eixo sistema nervoso simpatico - células ‘cromafins sto do sistema de estresse ocorre em se gundos apés a presenca de um estressor, por ativacdo dda diviso simpatica do sistema nervoso autGnomo, no hipotalamo, ¢ subsequente Hberagio das catecolaminas, adrenalina ¢ noradrenalina, em menor quantidade de dopamina, das células cromafins organizadas em gr pos nas paredes da veia cardinal posterior, na porgdo Cefilica do rim. As células cromafins, nos teledsteos, ‘enconiram$¢ locaizadas proximas a célulasinterrenais (eoidogénicas ¢ tecido Tinfoide, ¢ slo inervadas por fibras simpiticas colinérgicas préganglionares, bem como por fibras no colinérgias, tendo a serotonin ACTH horménio adenocorticotrdpico ou corticatrop- ‘a, angiotensina IL, histemina, VIP {vasoactive ites lypeptide’), PACAP (pituitary adenylate cyclase ‘activating, dxido nitrico (NO) e sulfeto de hidroge (H,S) como secretagogos das catecolaminas Segura flexibilidade no processo de secregio em res: posta a diferentes estressores (Perry ¢ Cepaldo, 2011) A localizacdo préxima das e8lulas cromafins © do te ido interrenal sugere uma relagio paricrina entre as ‘catecolaminas © o cortisol. CancentracSes elevadas de cortisol aumentaram as concentragbes de catecolami- thas estocadas nas células cromafins de truta arco‘ris {Oncorlynchus mykiss), bem como a sensibilidade destas ‘llulas estimlagio colinérgica (Reid et al., 1996), 0 eixo hipotalamico ~ hipofisario ~interrenat (HH!) Seguindo a ativagio do eixo sistema nervoso au ‘Gnomo-tecido cromafim, pela percepciio do estressor, ‘¢ apos laténcia mais longa (minutos), 0 eixo HHI é rado numa cascata de reaches. O sistema nervo- s@ central, por meio de centros superiores, estimula neurénios do nicleo pré-dptico do hipotilamo a pro- durit o horménio liberador de corticotrofina (CRHI. Estes neurdnios se projetam até a hipdlise ¢ estimu: Jam a liberagio de corticotropina [ACTH), por células da porcio anterior da giindula. Os neurGnios CRH produzem também o peptideo arginina-vasotocina ‘que potencializa a estimulacao das células de ACTH pelo CRH. © ACTH, lberado na corrente sanguinea Sistémica, por fim, stimula as edlulas interrenais a produzirem glicocorticSides, especialmente 0 cortisol, horménio perifrico que, junto com as catecolaminas, aluaré na organizaglo das respostas adaptativas se- Ccundirias de ajuste homeostético nos Orglios e tecidos |Wendelaae Bonga, 1997; Wendelaar Bonga, 2011) ‘Outros horménios hipofsarios envolvides na resposta primaria de estresse Além do ACTH, outros mediadores quimicos bi- pofisrios sio ativades por influéncia do hipotdlamo durante a resposta priméria de estresse. Evidéncias ‘mostram que 0s horménios tireoidianos (HTS) tiroxina (T4) e trilodotironina (T3), podem modificar o padro © 1 intensidade da resposta de estresse em peixes, além de modifica suas prdprias agSes e as agdes dos hormd- nos do estresse, do eizo da interrenal (Peter, 2011). De. corde com estas evidencias os hormnios hipotalamt. ‘cos ¢ hipofisirios dos cixos da tircoide e da interrenal podem interagir entre sie regular as acdes mediadas pelos HT € cortisol, Embora ainda nio se conhera ‘oma esse interaclo se da, a intensidade da resposta de estresse em peines depende das condicties dos HTS. Indicando @ relaglo funcional com o eixo interrenal. Evidéncias sugerem, ainda, que 0 CRH hipotalémico. ativa as céluts produtoras do hormdnio estimulsdor de melansiorus (wMSH) © frendorkinas (NAc fend} ‘em carpa, € que #estimulacdo pode variar dependendo do estado de responsividade da célula © de mecanis ‘mos intracelulares de sinalizagdo (van den Burg et 2005). Varios fatores esto envolvidos na regulacao da scereso das células corticotrépicas, melanotrépicas € tireottopieas em pelxes, Entre estes fatores, o CRH e 0 ‘TRH estimulam ¢ a dopamina, em geval, inibe as secre- «0s dos trés eixos hipotalmicos. Maltiplasinteragbes. tem sido identificadas entre estes eixos endécrinos caracterizando uma ‘rede de estresse" que ata com ‘ages bastante courdenadas tendo como foco principal ‘© metabolismo energético (Bernier eta, 2009), ‘Outro peptides hipofsirio que temn sido associ do a resposta de estresse € a somatolactina (SL), pro dusido por células da pars intermedia da hipétise de ppeites ¢ relacionado & maturacio gonadal, esmolti ‘eaelo, pigmentacdo da pele, metabolismo de lipideos «e mobilizagio de energia, regulagao dcido-basica e do Chlcio, silo e {6sforo e funsdo imune, mas que teve seus niveis marcadlamente elevados durante estresse sausado por confinamento no salmio chinook (On coriynehus tshawytscho), bem como durante diferent periedos de manejo ¢ confnamento na truta arco-ris Oncoriynchus mykiss [Rand-Weaver et al, 1993). 0 ‘aumento da SL ccorreu dois minutos aps 0 estressor, ‘Ruma resposta que antecedeu o aumento dos niveis circulantes de cortisol. sesso eSstomaimane en Poxes 89 Respostas secundarias de estresse. Resposta adaptativa para manutencao da homeostase orgénica 0s hormnios liberados como resposta prim rin iniiam, de minutos a horas apés o estressor, al teragSes Gsiolégias, metabslicas ¢ osmortegulatiss secundieias para mobllizar ¢ distribulr energia de tcordo com a demanda da nova condi bikigica do animal. O aumento da glicose cireulante 6, aici mente e em parte resultado da aco das catccolami fas pa qucbra do glcogénio heptico [Mazeaud e Ma ead, 1981) A glicose ¢ a fonte primiria de energia pra os pees, para atender principalmente a deman- {ia do cerebro e milisculos. As catecolaminasliberadas regulam fungées cariacas respiratorias.incluindo Sumento do fino sunguinco branguial, no céeebro © tmisculos, permeabilde branquial e recrutamento lamelar{Wendelaar Bonga, 1997 Wendelaar Bonga, 2011). Nos pebzes de Agua doce, isso acarretaperda de fons sangulneos, com reduco das concentrates san ineas de solo ecloreo, As catecolaminas também Sho responsaveis pelo aumento do ntimero de célu las vermethas, em decorréncia de contacto esplént ca, bem como maior afnidade da hemoglobins pelo boxigénio o que faciita a oxigenaeso dos tecidos, em particular do eérebra e muscUlos. Estas agées server para olimizar a fungdo cardiorespiratoriav assegurar fornecimento adequado de oxigénio aos tcides (ed 20m, Junto com as catecolaminas, 0 cortisol é res: ponsivel pela preparacso fisioldgica do peixe para Enlrentar 0 estessor,iaduzindo respostas fsologh fas secundiias, metabslicas, osmorregulatorias © Imunolégicas. © cortisol € necessério para a man tengio dos niveis sanguineos elevados de glicose © recuperacso do glicogénlo hepitico. Ble pode atw ar inicialmente, no processo glicogenolitico, junto com as catecolaminas eprincipalmente por aumen tar a cepacidade gliconcogénica, quando ha aumen- toda mobilisagdo de aminoscidos, provenientes da quebra de proteinas corporais. O lactato tambers Pode ser ullizado. com fonte gliconcogénica, em Stuapdes de maior disponibilidade [Momumsen et fl, 1999), Em relacdo. ds respostas osmorregula torias, as evidénciae mostam que o cortisol & um importante hormanio pars aciimatacao dos peixes na gua doce, tendo tanto acio glicertiebide quanto tmineralocorticdide, Ele atua na funcdo das células branquiais, na proliferacto e diferenciacdo dos o- ngeitos branqulats jedlulas cloreto) © na reabsor io de sédio nos peises de agua doce. Felo menos ‘ois mecanismos estdo envolvides com os ionseitos brranquisis, durante a recuperacio metabolic apes ‘estresse agudo: troca H-iNa* e HCO/CI e mudan 623 nos fixos difusionais de Ne ‘As fungoes Imineralocorticoides do cortisol se dao por estima ao da atividade da Na“/K ATPase nas branguios, Tntestinos ¢ rins [Wendelaar Bonga, 1997; Wendela ar Bonga, 2011), 90 Boles eFiclona de Pees Neotoocais Ge Agus Doce Respostas celulares moleculares Além das respostas fisioligicas © bioguimicas de estresse, estressores podem também atuar direta- ‘mente em alvel celular © promover alteracdes mole- culares. As respostas de estresse celular, que so mal Liplas e amplamente estressorespecificas, incluem a cexpressio estimulada ou induzida de proteinas, tals como as proteinas de choque térmico (Hsps) [Wen- delaar Bonga, 2051), que também se caracterizam como resposta secundaria, As proteinas dependem de um mecanismo intracelular para a manutenc3o de ‘sua configuracio molecular estrutural, quer seja no pprocesso de formagio como no de degradacio. Este tipo de tarefa, nesse nivel de efciéncia, & feito por pprotcinas chamadas chaperones moleculares, as Hsps, ide ts principais familias: Hsp90 (85:90 kDa), Hsp 70 (68-73 kDal eas Hsps de balxo peso molecular (16:24 KDal, A Hsp70 atua na organizacio de proteinas nas- ccentes ¢ media a reparagdo de proteinas desnatura: ‘das. Ela tem sido considerada um potencial indicador dde estresse em pies aps exposico dos mesmos a varios estressares ambientais, embora outras condi ‘goes comuns no manejo da squicultura no tenham ‘afetado sun expressio génica (Ivcama et al., 2004). Recentemente, foi demonsteado em pacu |Piaractus esopotamicus) que a expressio do gene da Hsp70. ‘mentot associada a aumento da concentracio de cor tisol circulante induzido por implante intraperitoneal de hidrocortisona em manteiga de cacau, indicando 4 possibilidade da expressio génica da HspT0 estar lassociada 6 elevacio dos nivels de cortisol na resposta, de estresse da espécie (Benavider, 2012) Respostas terciarias de estresse: exaustao dos sistemas biologicos No caso da condicio estressante perdurar por ‘um periodo longo de tempo, as respostas secundarias ‘do estresse mudam suas earacteristicas as respostas tercidtlas se instalam. Durante 0 processo de adap tagio do estresse para a recuperacto da homeostase ‘orginiea, ocorre um maior direcionamento da energia para 6rgaos.c fungées prioritirias, envolvidos em ati Vidades de sobrevivencia tais como respiracio, nata Ho, osmorregulacio ¢ reparo tecidual, diminuindo © ‘aporte para atividades anabélicas de investimento de longo prazo, como o erescimento, © processo repro- tivo e as fungdes imunolégicas, Se o estressor & de curta daragSo, a homeostase pode ser recupernda sem ‘consequéncias graves para o peixe, entretanto estes sores de naturera crBnica levam 0 organismo a com- pprometimento dos estoques energéticos, com redicd0 dda capecidade sdaptativa e instalacdo de um quadro cde exaust fsioldgica, redurida taxa de crescimento, reduzida capacidade reprodutiva ¢ comprometimento. severo das fungSes imunes |Mommsen et al, 1999; Barton, 2002; Wendelaar Bonga, 1997). Atividades como a producio de enzimas do complemento, bem. censimas do sistema imune inato, pro- pos e produsdo e dlferenciacio dos diferentes tipos celulares sio prejudicadas, acarretan- dlo imunossupressio. O comprometimento do sistema de defesa das peines afeta sua saiide, bem-estar © s0- bbrevivéncla, sendo comum o aparecimento de doen: ‘eas (Walters e Plumb, 1980), A saide dos peixes afeta ‘muitos aspectos da vida humana (Iwama e Nakanishi, 1996). Segundo estes autores, a producto de pescado de alta qualidade pela aquicultura, tanto para consu: ‘mo quanto para recuperacio de estoques naturais, a ‘manutengio de condigoes Stimas para a pesquisa com snide dos peixes no est limitada aos profssionais ‘que trabalham com produgio, mas também do panto de vista filogenético, uma vez que os peixes servem. ‘como modelo para o estudo do sistema imune de ver- tebrades por apresentar um sistema relativamente simples. O crescimento ¢ 0 desenvolvimento do es: tudo da saddle dos peixes envolvendo outras areas de- vvem produzir mais conhecimento sobre a interacdo. centre hospedeiros e patdgenos, para se definir uma ondiglo de sade ou doenca, ¢ como os sistemas es- tio envolvidos. Sistema imune em peixes 0 sistema imune inato e adquirido de peixes teledsteos © sistema imune dos peixes @ tm conjunto de componentes celulares e humorais cuja funcio € a efesa do organismo contra substincias estranhas, ‘como microrganismos, toxinas ou células malig: ‘nas, capazes de estimular os diferentes componentes deste sistema [Magnadottr, 2006; Rauta et al. 2012; Secombes ¢ Wang, 2012), Ble & dividido em inato ou nnio especifico e adaptativaladquirido ow especifico {de meméria), ambos apresentando mecanismos de Gefesa mediados por células ¢ fatores humorais. As uss divisdes do sistema atuam conjuntamente pars estruir Invasores ou desencadear processos de defe 58, Os peises, no ambiente aquatico, esto expostos & agentes infecciosos virais bacterianos, fingicos ¢ pa rasitrios ¢ sua interaglo pode levar a reduzida sobre- véncia ou até morte do animal. Este desempenho depende diretamente da resposta dos sistemas imune Inato e especifico (Baliry e Higgs, 2001), Entre os componentes do sistema inato esto 0 tegumento [pele e muco}, os componentes celulares, {que sio as células de defesa jgranuldcitos, mondcitos, macréfagos e células natural killer - NK! ¢ o$ compo- nentes humorais (sistema complemento, sistema de ‘enzimas antimicrobianas e mediadores nao especti- ‘cos, Como interferon eas interlewcinas) (Elis, 1999) ‘A superficie do corpo do peixe apresenta uma barrei- ‘ra mecéinica para microrganismos ¢, nos organismos ‘equaticos, 0 muco externo e as superficies epiteliais {nternas contém conspostos antimicrobianos que in: luem lectinas, complemento, lisorima e peptideos bactericidas. © tegumento € constituido por muco pele, uma barteira epitelial com eélulas expeciali Sats, secretoras dos componentes bactericidas que fatuam para evilar a entrada de microrganismos noci- ‘You. O canal alimentar também atua como uma bar teira contra a entrada de microrganismos, pois seu fonteddo de dcidos, sas billares e enzimas criam um “mbiente hostl para microrganismos no comensais. Na maioria dos casos, as barreiras tegumentais sio suficientes para barrar o organism invasor, entretan- to, caso este penetre nos tecidos e circulacdo, ele sera reconhecido por componentes celulares © humorais {o sistema imune [Blls, 1995). A existincia de mecs: hismos para evitay a entrada e instalag3o dos micror- fanismos aumenta a possibilidade de sobrevivencia dos peines (Bayne e Gerwick, 2001: Elis, 2001), ‘O sistema inato do hospedeiro reconbece re aides especificas de moléculas (Pamps ~ ‘Pathogen Sssociated molecular patterns'padrSes moleculares tstociados 03. patGgenos) de agentes infecciosos, Como lipopolissacarideos, peptideoglicanos, DNA bbacteriano 98 RNA viral, ou ainda outras moléculas ‘encontradas nas membranas de microrganismos mul ticelulares Janeway, 1989; Elward © Gasgue, 2003), ‘nas nao reconhecem componentes de scu proprio or ‘zanismo, pois os genes que codificam estes receplores [PRRs - "Pattern recognition receptors ireceptores de reeonhecimento padrio) fazem parte de seu genoma. Os Pamps sto porgées evolutivamente conservadas ‘encontradas na maioria dos microrganismos (Goldaby fet al, 2002}. ‘A inflamagso também & considerada um me ‘eanismo inato de resposta imune, mediada por com: pplexas interacbes de compostos celulares © humoras. ‘Apis a invasto tecidual por um agente infeccioso, me: adores so liberados promovendo vasodilatagao e a= ‘mentando a permeabilidade dos capilares sanguineos para facilitara migracao das células de defesa. Os gra Duldcitos s80 as primeiras células a alcancar 0 foco da Inflamacto, sondo responsiveis pela destruicio dos pa- togenos. Os debris celulares cElulas patogéinicas res: tantes sdo fagocitados por macréfagos que substituem ‘os granuleitos mais tantiamente (Magnadottir, 2006) ‘O sistema especifico de defesa depende da pre senga do antigeno para desencadear casctla de re ‘es responsivels pelo aumento de anticorpos circu Tantes especticos para os invasores, além de promover meméria imune (Bernstein et al., 1998}. Os antigenos: {ue penetram no organismo sto reconhecidos © cap- furados pelas células apresentadoras de antigenos [CAA niscrofagos, células dendriticas¢ linfScitos Bl, Estas células processam os microrganismos em unida- des moleculares, ¢ num primeiro momento desenc ciam a resposta imune e de proliferagio, enquanto, ‘num segundo momento, desencadeiam a resposta de tmeméria (Abbas Lichman, 2008). Desta forma, © an Esteste@ Sistema mune en Peues 91 tigeno seed apresentado pelas CAAs para o linfécito T, pélula do sistema especifico que apresenta capacidade de reconhecer o antigen restritamente na presenca {de componentes humorais especificos chamados de moléculas de histocompatibilidade, receptores - Coptoteicos cadificados por genes em um complex sénico denominado complexo de histocompatibilida- Se maior (MHC). Apés o reconhecimento, a célula T i que so proteinas que ativam cé- ocitos B iresponsiveis pela prod ide amicorpos|, linfécitos citotéxicos, macréfagos & ‘outras células que irdo atuar na destruigdo do agente invanor (Goldsby et a, 2002). Os anticorpos fgam-se ‘08 microrganistas e ativam a fogocitosc, promovem neutralizagdo e opsonizagBo do agente, bem como at ‘agio do complemento ¢ citotoxicidade mediada por ‘élulas dependentes de anticorpos (Elis, 2001). Os an- ticorpos apresentam capacidade de se ligar a antige: hos extracelulares nas mucosas e corrente sanguinea. rimento intracelular, a Gefesa € realizada por linfbcitos T citolbxicos (Golds: by et al, 2002}. Os receptores do sistema adquirido responsivels por detectar o agente invasor, se encon- {yam na mernbrana de células imunocompetentes, 0s Linfécitos T (TCR) ¢ os linfécitos B (BCR, imunoglobu- lina de superficie) (Abbas e Litchman, 2008) Sistema imune mediado por células e por ‘compostos humorais ‘Sistema imune mediado por células ‘As células de defesa dos peines teledsteos so produzidas por tecidos linfoides como rim, timo, baco P teeidos associados & mucosa por hematopoiess, Du: ante a hematopoicse, ocorre formagio, maturacio € Uiferenclagio celular de eritrécitos, granulécitos, mo- Inécitos, mastécitos, linfécitos e trombécitos, depen: ‘endo do estimulo recebido (Evans, 1997], A hema: topoiese em peixes difere da de mamiferos, pois os peixes ndo apresentam tecido mieloide; apresentam Epenas tecides linfoides como 08 rins, que prod: tem células B, monécitos, macrofagos e granuldcitos: ‘timo, que produc e matura os lingécitos T; 0 baco (ue produz linfécitos e macréfagos: além dos tecidos Tinfoides associados & mucosa que produzem macrd fagos, liniGeitos, mastécitos e granulécitos (Bowden, 2005: Georgopaulou e Vernicr, 1986). A hematopoiese € regulada por citocinas que atuam nos receptores das télulas pluripotentes do tecido Watoide, controlando. ‘ua sobrevivencia, proliferacio, diferenciaglo, matw: rasio fungdo (Hanington et al., 2008), Enize as células do sistema de defesa de peixes, 0s trombdcitos sio células sanguineas com fungio de hhemostasia, homeostasia e capacidade de fagocitose. por acio da fosfatase dcida, e séo normalmente en: Contradas em focos inflametérios (Penba et a. 1996: TavaresDias et al, 1999), J 0s mondcitos possuem ‘92 Sogn Fiseloga de Panes Necroics de Agua Doce atividade fagocitiria © citotoxica nio-espectfica, so. ‘Considerados células em trisito no sangue e duran: te o process inflamat6rio migram para o tecido con- Juntivo onde se transformam em macréfagos (Cues fact al, 1999; Mesenguer et al., 1994; Witten et al. 1998). Os neutrélos sio célutas polimorfonucteares presentes no sangue, lecidos linfoides e na cavidade Peritoneal (Secombes, 1996} que possuem capacidade Fle fogocitar e produrir Unions superdxidos que atuar como bactericida extracelular (Ply2ycz et al, 1989) ‘Os eesinsflos atuam nia processo de inflamagio ¢ na ddefesa celular por degranulacio ¢ estio distrbuidos fhe tecido conjuntivo, especialmente das brinquias, Udo trato gastrointestinal ¢ corrente sanguinea, quan {do hd infestagdo de parasitos.J4 os basdiilos sao Fars fna maioria dos peites (Hine, 1992}. As células gra fhuloctticas especiais {CGE}, ou leucécitos gramulares PAS-positivo [LG-PAS}, so células polimorfonucles res, coniudo sua funcio exsia ainda no & conhecida {Raneani-Paiva, 1996). Elas ocorrem em maior nme ro em pebxes parasitados ou injetados com agentes flo igbgenos (Martins, 2000} ‘Os linféeitos T € B s3o as e6tulas do sistema adaptative, entretanto existe um tipo de linfcito que ‘do apresenta as mesmas caracteristicas de T ou Be forma uma populagao distinta de linfécito, ‘como células natural Killer’ ~ NK, que lisam células stranhas ot infectadas por virus, sem que estas ex pressem algum antigeno ativador da resposta imune Expecitica, além de produsi citocinas inwunorregula- {tins (Farag etal, 2002; Ravlet, 2008) ‘Os mondeitos, macrfagos, granul6citos e e&hi- Jas dendriticas sio fagécitos profssionais, entretanto ‘outras células poser realizar fagocitose. Para tal, & necessirio o teconhecimento do agente invasor por teio de receptores de membrana, Nos locais ce en- fada dos agentes, sinais moleculares da inflamacio [citorinas)liberados pelo tecido lesado e células pro- ovem quiniotaxia e mobilizacdo de fagécitos para ‘sitio da invasto (Stuart ¢ Ezekowitr, 2005). Os neu- tréilos e macrOfagos tém grande importincia na de- esa do organismo contra patégenos, pois fagocitam (os mierorganismos ¢ os destroem, principalmente de- Wid A acio das espécies reativas de oxigénio [BROs) produzidas durante a atividade respirat6ria [burst ox Sativo} das células, reagto estimulada pela presenca {de micforganismos que ocorre pela ago de enzimas hnidoliticas (Secombes, 1996). Durante a fagocitose, corre aumento do consumo do oxigenks molecular, decorrente da reducio do exigénio em: anion superé- ‘ido que, pels acio da enzima superdxido dismutase {SOD}, forma perdxido de hidrogénio [11.0,|, 0 H,0, por acio da enzima miclopercxidase (MPO} liberada pelos leucécitos granulares se transforma em hipoclo Fito com consequent produc de cloramina, Os ra dicals reativos produzidos so agentes oxidantes que ‘atuam nas membranas de microrganismos © contri- bbuem para sua destruigao (Verlhac e Gabsudan, 1997; Verlhae et al, 1998). Durante a resposta inflamat6ria, as células tendem a migrar devido a fatores quimio: tixicas iberados no foco inflamatdrio. Os neutrSfilos Ciculantes sto os primeiros granulécitos # aleangar © local da lesfo e, em seguida, os monécitosimact®- fagos, derivados dos monéeitos sanguineos. No local dda Jeslo, estas células iniciam o processo de fagoci= tove para destruicio dos agentes invasores (Rovley € Hunt, 1988; Rowley, 1996) ‘As células de defesa do sistema inato tém tam: bém a funcio de promover a ligagdo com o sistema adquirido. Esta ligagto é realizada pelas eétulas apre- entadoras de antigenos (células dendriticas e macré fagos) que, apée processamento, apresentam 9 agente Invasor aos linféeitos T, com colaboracao de moléculas ido complero de histocompatibilidade maior (MHC), Classe 2, iniciando a reeposta edquirida mediada pot ‘celulas (Tizard, 2002), Sistema imune mediado por fatores humorais (sistema inato humoral atua por meio de varios ‘componentes soldveis dos liquidos corpéreos (Bayne ‘© Gerwick, 2001], Os mecanismos contra & invasio {do patégeno incluem a producio de compostos anti: hacterianos, proteinas de fase aguda da inflamagéo, glo do complemento ativado pela via alternativa, ci tocinas,fagocitose e, cansequentemente, a inflamaglo [Bllis, 1999; Ellis, 2001]. Os componentes humorais fnatos ineluem fatores inibidores do crescimento de bacterias, como a transferrina, antiproteases, lisozi- tn, protelna C teativa, peptideos antibacterianos fas proteinas do sistema complemento, ativacas pela ‘Vie alternative ¢ das lectinas, estas éltimas as mais Importantes, pois possuem atividade ltica, pro infla- ‘matoria, quimiotixica e opsoaizante, influenciando ‘acho de células de defesa. Entre as células de defesa, ‘8 neutrdlos e macrSfagos slo especialmente impor- tastes por conterem grandes quantidades de enzimas sossomals e ainda, aa presenca de boctérias, produ- sirem espécies teativas de oxigenio responsivels pela Gestruigho dos microrganismos (Elli, 1999) ‘A transferrin, proteina solivel presente no san ‘gue, além de ser considerads uma proteina ativadora fie macrofagos. se spresenta como tuma proteina con jugndora de metais, com alta afinidade pelo fon ferro. la ocorre em grande concentracio principalmente na fase aguda da jflamacio [Bayne © Gerwick, 2001; Sta fHord e Neumann, 2001; Stafford e Neumann, 2003) ¢ ‘a fungio € ligarse ao fon ferro, essencial para algu- ‘mas Intctéias © para o estabelecimento da infecgio. O fon apresenta-se em baixa concentragio nos tecidos © uidos corpsreos, exigindo das bactérias mecanismnos cespecticos para sua obtenio e efetivacdo da infeccto {Bullen e Griffiths, 1987). A transferrina indisponitiliza, © ferro, interferindo na instalacdo da infecgé0, ‘As antiproteases estio presentes no sangue © atuam sobre proteinas proteoiticas de bactérias que digerem proteinas teciduais do hospedeiro para ob- tet aminodcidos como fonte nutricional. Desta forma, ‘las evitam a obtencio de energia para a multipli ‘glo das bactérias. As lectinas slo proteinas encontra as no ovo, muco e sangue, com alta afinidade por arboidratos integrantes da parede celular das bacté- ias, promovendo aghutinacao dos patégenos Ohta ct al. 1990: Atason, 1996). Outro importante grupo de fator humoral é das proteases presentes principal mente no muco [Braun et al, 1990). Elas $30 pepti sdeos antibacterianos que atacam membranss dos pa {égenos (Ellis 1999; Ellis, 2001}. A proteina C reativa, pertencente a familia das pentraxinas, € encontrada {em grandes concentragdes no sangue, ovo e muco de peiaes ligase a fosfoilcolina, nas paredes de micros- ‘ganismos, como bactérias, fungos e parasitas (Yano, 1996), A proteina C reativa ea lecina ligadora de ma- nose (‘mannose binding lectin’ - MBL) sio considera. das proteinas de fase aguda © receptores soldiveis de componentes microbianns,ligando-se e promovendo ‘sua opsonizacao (Goldsby et al., 2002) ¢ ativagto do ‘complemento ¢ da fagocitose (Nakanishi etal, 1991), A\lisozima & outro importante componente no specifica do sistema imunolégico, encontrado em ‘arias expécies de peixes (Grinde et al, 1088}, Esta encima bactericida opresenta atividade Iii bactérias gram-positivas © grem-negativas, ps fe virus (Magnadotir, 2006) e esta presente no muco (Fast et al, 2002; Palaksha et al., 2008), tecidos lin: fides, plasma e outros fluids do corpo onde existem Jeucécitos, principalmente mondcitos e neutrOfilos (Murray e Fletcher, 1976), (0 sistema coruplemento representa o principal ccendo © alguns grupos de pesquisa ja demonstrem ‘avangos no conhecimento ¢ beneficies do uso de es tratégins, como aplicaco de vitaminas, probisticos, prebisticos, adoc#o de mancjos adequados, entre ou- {ros além do uso de diferentes imunoestimulantes. Vitaminas: ‘A incluso de vitaminas na dieta dos peines ests centre a estratégias mais comuns e antigas observadas ha literatura internacional, com destaque para a inclue sho das vitaminas C e B, que em niveis adequados po- dem melhorar as respostas imunes inatas ¢ adquiridas reduzir mortalidade e melhorar o desempenho animal {Montero et al., 1999; Sahoo e Mukherjee, 2008; Wahli {tal., 1998), Os estudos com as espécies nativas mos: tram resultados diversos, entretanto, deve-se levar em conta as diferencas de expécies © de protocolos expe: timentais, Trabalho com pirarvcus |Arapoima. i803) alimentados, por 45 diss, com dictas suplementadas Com vitamina C ¢ E (800 mg vitamina C kg, S00 mg, ‘itamina Ekg” e 800 vitamina C + 500 vitamina E kg") demonstrou que a inclusio de vitamina C au: ‘mentou valores de indicadores hematoldgicos como 0 Ihematderito, hemoglobina, nimero de eélulas verme Thas e brancas, bem como & concentracio sanguinea de proteins total, indicando maior transporte de oxigénio maior eficiéacia do sistema inane [Menezes et al 2006), Entretanto, Abreu © Urbinati (2006) nfo encon: traram efeitos positives da vitamina C nos niveis san {uineos de cortisol, proteina total, cloreto, hemoglobi ‘a, niimeros de leucécites € de glicogénio hepstico de tmatrinuis (Bryeon orsazonicus)alimentados por 6 dias, ‘com dietas suplementadas com 100, 200, 100. 800 mg, kg € expostos ao ar por 2 minutos ‘Na tentativa de aumentar a resistineia de pacus \Pioractus mesopotainicua) & infestacdo pela bactéria ‘Aeromonas fydrophila, Garcia et al. (2007) alimenta- ‘am pelaes por 60 dias com dietas contendo diferentes hiveisde vitamina C zero, 250 e 500:mg kg), vitami: ‘na E (280 e 800 mg kg) ¢ associagbes entre clas (250 ‘vitamina © + 250 vitamina B; $00 vitamina C + 500 vitamina E; 250 vitamina C + 500 vitamina B e500 jtamina C + 250 vitamina E) e, em seguida, infecta- ram os peizes pela inoculagio da bactéria, Apesar da inchisdo das vitaminas na dieta nfo ter infuenciado a sobrevivéncia, os peixes alimentados com suplemen: tages de vitamina C mostraram aumento do adime- ro de trombécitos de forma dose-dependente, Garcia tal, (2000), em outro estudo, utilizaram a mesma espécie, doses de vitaminas, tempo de alimentacéo € protocolo de inoculagéo da A. hidroplila, mas com variagio da temperatura ambiente ¢ também nao en- Contraram efeitos das vitaminas na sobrevivencia dos ppelxes. Maior sobrevivéncia foi observada em pos: Tarves de pacu alimentadas com dicta suplementadas ‘cam 730 mg vitamina C kg” (91,1 98) em relacao a0. ‘grupo alimentado com 128 mg kg” (83,8 %) (Miranda etal, 2003), Belo et al, (20056) estudaram, em pacus mant dos em diferentes densidades (5 e 20 kg my), 0s efe tos de dietas suplementadas com vitamnina F (0, 100 & 4450 mg kg] na cinética do recrutamento de macrofar ‘gos formacao das células gigantes multinucleadas de ddefesa induridlo pela presenca de um corpo estranho llamninula de vidro) no tecido subcutaneo dos animais, para a avaliacdo de respostas inflamatGrias. Nao fo- Fam registradas alteracGes da resposta inflamatéria fem relaciio & densidade de estocagem, mas apis 18 Semunas de alimentacio, a cindtica de recrutamen: to dos macrdfagos e formacio de células gigantes em torno da laminula de video pareceu ser fortemente in- ‘uenciada pela vitamina E, pois os peixes que recebe- am 450 mg vitamina E kg dieta apresentaram maior acdimulo de macrafagos, mastécitos ¢ células do tipo Langhans. Estes mesmos peixes apresentaram respos ta do cortisol circulante reduzida quando estocedos ‘na densidade mais elevada. Os efeitos da suplemen: {agi da dieta com vitamina B nas concentracaies de Esvessee ScterabmuneemPeaes 97 12.6 $8.2 © 310,4.mg kx, poe 18 dias, as respostas ematoldgicas de pacus cstocados a S ¢ 20 Kg m foram investigados durante reacio inflamatria cr0- ta, out sei. até 15 das aps a colocacdo de corpo festranho no tecido conjuntive dos peises (Belo et 2014), Trombocitose e nevtrofla foram observedas fase aguds da resposta de dfesa, mas aumento dos tmonécitos e dimimuigho dos trombécitos, neutrilos linfdcitos os peines estocados em densidade mais Shia" Os peiaesalmmentados com 12,6 mg vitamin E fapresentaram sidmero baixo de linféctos células UGIPAS +. Nests animals clevados niveis de cortisol Girculante foram sstociados a baixo némero de mo- ‘écitos. Em outro estado, utilizando 500 mg vtamina C kg” dicta e mesmo protocolo experimental, Belo Ex al O12} também encontearam maior nimero de nscréfagos ¢ de células gigantes multinucleadas em pacu, Petric etal 2008) também estudaram respos {e inflamatoria em pacus juveaisalimentados por 40 tas com vtamina € e mostraram que, «partir de rés dias, e eapecialmente apés sete dias do implante do corpo estranko no teeido subeutineo, 08 peixes que receberams 100, 200¢ 00 mg vitamina C kg de dieta fpresentaram maior nimero de c&lulasgigantes mul tinuclendas dle defesa. Outro beneficio relacionado ‘om 4 ago da vitamina B foi demonstrado por Belo et a, 2005a), que aps alimentarem pacus por 18 sema tas com vitamin E [100 e 480 my kg observaram tmenor nimero do parasita Anacanthorus penfabiatus {Monogenea: Dacylogyriac} nas bringuias de exem- plares infectados com esses parasitas.Sabioni (2009) fallow os efeitos da suplementago da dieta de pact om vitamina © (100,200,400 e800 mg ky "Tem com- binagao com 250 mg vitimina E kg, por 12 sema ‘as, em respostas fsioldgias, na imanidade inata © ta resistencia de peines uma semana apes inoculacdo xperimental com A. Jydropia, mas no encontros efeitos das vitaminas nas fespostas com este protoco- lo experimental cus tratados com vitamina (S00 mg ke por dois meses e martidos em condies adequadas de ensidade de estocagem [5 kg m-) apresentaram in- temento no acimulo de macrlagos « formacio de ‘tlalasgigantes do tipo Langhans. Este fendmeno foi inibido quando peises nao tratados foram mantidos eam alta densidade 20 kg m- Os peitestatados com ‘itamina C e mantidos em alta densidade hiberaram enor guantdade de cortisol), favorecendo o acummulo de rmacrsfagos na laminula de vidro que fo inserida no tecido subcutinco dos peixes em felacdo ao gru: po de alta densidade que Ado tecebeu a vitamina C (Brum, 2003). Probidticos e prebidticos Probidticos sto microrganismos vivos que quando administrados por via oral, em quantidades ladequadas, conferem methora & saide dos hospedei- ros [Wang et al., 2008; Bidhan et al, 2014; Lazado e 98 Bog Fisolops do Panes Hectropias de Ages Doce Ceipang, 2014). So derivados de Lactobacila, Lac. tococeus, Leuconostoe, Enterococcus, Carmobacterium, Shewanella, Bacillus Aeromonas, Vibrio, Enterobacter Pestclomonas, Clostridium ¢ Saccharomyees, Entre as indmeras vantagens @ sade atribuidas aos probidti- ‘cos, a modulacio do sistema imunoldgico & um dos beneficios mals comprovados (Nayak, 2010). J6 05 ‘rebi6ticos so componentes alimentares (carboidra tos ou fibras hidrossaldveis) ndo digestivels que so -metabolizados por bactérius especiticas promotoras de satde tais como Lactobacillus « Bifidobacterium no colin intestinal [Ringo et al., 2010). Estas bactérias so consideradas beneficas & sade © crescimento do Na tentativa de methorar a satide dos reprodu- tores, Dias etal, (2012) alimentaram matrizes de ma twinxa (Brycon amazonicus) com Bacillus subtilis (10 kg" dicta, durante nove meses, ¢ avaliaram aspects reprodutivos c imunologicas dos peixes. De acordo ‘com 08 resultados, ffmeas alimentadas com probié- ticos tiveram maior numero de ovécitos, taxa de fer- tilidade e eclosio das larvas. O probidtico também [promoveu tim aumentou da atividade de macréfagos, {ndicanddo melhora do sistema imune dos reproduto: 12s. Contudo, © mesmo probidtico nio melhorou o de- ‘sempenho 20otéenico ea sobrevivencia ou ditninuiu 0 canibalismo do matrix durante a fase larval (Diss et al, 2011}, Gomes et al, (2009) utilizaram 0 probiticn Efinol®L na agua de transporte (10 mg 1) do cardi- nal tetra (Paracieirodon axelrodi} © observaram que, «apis 24 horas de transporte, os peixes transportados ‘com probidtic tiveram maior sobrevivénciae signifi- Sativa diminuigdo na exereglo de aménia e nos niveis de cortisol, em relaco aos pelxes transportados sem probidtico. idicadores imunolégicos, hematol6gicos ¢ a ‘microbiota intestinal autéctone foram avaliados em cexemplares do hibrido de surubim (Pseudoplatysto: ‘ma corruscans x P. fasciatum) slimientados com su: pplementardo de 0,5 % de inulina iprebistico}, suple: mentago de Weissellaciburia (CPQRA 001-10 DRM 02) (7.87 + 0,2 log CFU g'), ow 0,5 % de inulina + W. cibaria |simbisticos). AW. efbaria é uma cepa de bactéria cansiderada um probiético em potencial ‘para a espécie. A dieta simbidtica estimulou a micro: biota intestinal benéfica {maior quantidade de bacté- tas laticas| ¢ reduziu 0 ndimero de bactérias patogé- nicas {ndimero menor de Vibrio spp. ¢ Pseudomonas ‘spp. Além disso, esta dieta aumentou o nmero de eritrécitos e reduzits os nevtréfilos circulantes. Os niveis de glicose, proteina total ¢ lisozima circwlan- tes no foram afetados, masa imunoglobulina esteva mais elevada nos peixes que consumiram as dictas simbidtica e aguela contendo a inulina (Mourifo et al, 20121, ‘ “Apesar de pouca informacio do uso do probié- ticos e prebidticos em espécies nativas, os resultados {até entio so promissores ¢ devem ainda trazer mui- tos beneficios para a produgio de nossas espécies. Imunoestimulantes. No Brasil, © nimero de estudos com imunoes: imulantes vem crescendo e alguns trabalhos jf de- monstram os efeitos positivos dessa estratégia nas especies nativas, Um trabalho precursor sobre efeitos do 1,3 fglucano como imunoestimulante para 6 pacu {oi realizado por Abreu [2007] e avaliou o seu efeito, ‘administrade por injecdo intraperitoneal ¢ incorpor do a racdo, na estimulacdo de componentes do siste ‘ma imune da espécie. O estudo verisicou também as respostas de estresse apés captura em peixes alimen- {ads com racto enriquecida com o imuncestimulan- te. Independentemente da forma de administracio, 0 1.3 fglucano estimulou parte do sistema imune ina- to do pacu, no sendo capaz, porém, de minimizar as alteragies fisioldgicas provocadas pelo estresse de ‘caplura. Houve aumento da etividade respiratoria dos Teucécitos quatro dias apés a injecdo intraperitoneal dle 10 yg do imunoestimulante e dez dias apss injec de 50 yg do mesmo, A suplementacio da dieta com {relucano ngo induaiu aumento da atividade respira tria de leuescites, embora os peixes tatados com a ceoncentraclo mais alta (1,0 5) tenham apresentado fdmero de células NBT ‘positivas como verifcado. ‘no grupo injetado com a menor concentracio de f= gluicano (10 yal. Tanto a alimentaco como a injesdo intraperitoneal do imuncestimulante no afetarams a ‘concentracio de lisozima sérica, mas maior atividade ‘dessa enzima foi registrada nos peixes injetados com. 10 ig ¢ alimentados com 1,0 8 de frglucano, gru pos com as menores ocorrencias de mortandade. Esta pesquisa contribuiu para o entendimento de alguns ‘mecanismos envolvidos nas respostas imunes inatas de pelxes e dew inicio a uma linha de estudo ainda no ‘explorada na pesquica bésica e aplicada & eriagio de pelxes tropicals do Brasil ‘0s efeitos do 1-3 frglucano nas respostas imune inatas do pacu também foram estudados por Biller- Takahashi et al. (2014). Peixes foram alimentados com 0,1 e 1 5 figlucano incluidos na dieta, por sete dias, e infectados experimentalmente com Aeromonas Indrophila ¢ os resultados mostraram uma melbora ‘na sobrevivéncia dos peixes nos dois grupos tratados com o feglucano (26,7 % e 21,2 8 do controle, respec- tivamentel. A atividade respiratéria dos levcéeitos © 4 sistems complemento (via alternativa) estava au- ‘mentada sete dias depois da inoculasdo com a bac- {ria, independente da concentragdo de frglucano. A atividade da lisoaims foi mais alta depois da infecedo, com aumento gradual & medida que a concentracao de figlucano aumentou. Elevacio do namero total de Teucécites aconteceu tanto por infuéncia da infec¢io ‘como por influéncia do f.glucano, separadamente. A mesma resposta foi observada quanto ao numero de trombécitos, linfocitos, cosindfilos, células granuloct- ticas especiais ¢ monéecites O conjunto dos resultados mostrou gue a alimentacdo do pacu com » fgivca- tno pode melhorar a proteeio dos peixes contra a A. ‘aydrophila, por mudancas das respostas imune inatas. Em estudo recente, Sabiont (2014) testou a hie ppétese de que as respostas do sistema jmune inato fo pacu, afetadas negativamente pelo cortisol, pu- Gessem ser revertidas por 1-3 Prglucano oferecido hha alimentagio, Os peixes alimentados com o imu ‘oestimulante receberam implantes intraperitoniais, de hidrocortisona, como estratégia para simular ‘uma resposta de estresse ou foram expostos a proce: ddimento de captura. Assim, animais que receberam 2 figlucano ¢ tinham niveis de cortisol circulante clevados, exogenamente ou endogenamente, fo- ram inoculados experimentalmente com Aeromonas Jsdrophilae avaliados quanto as suas respostas imu- res inatas, Os resultados mostraram que: a) houve redugio dos aiveis de cortisol, as seis © 24 horas ‘apés a inoculagdo da hactéria, em peixes alimenta: dos com 0,5 de frglucano ¢ implantados com corti- Sol, sugerindo stenuacio da resposta hormonal; b) houve aumento ds atividade respiratdria de leucd- citos de pacus alimentados com 0,1 % € 0,5 % de Beglucano, por 15 dias. e implantados com hidrocor- tisona, 3 horas apOs © implante, mesmo sem a ino- culacio, indicande que o B-glucano sinali2ou para ativagdo da funeao leucoeitaria, mesmo sem a pre senga da bactéria; c} em peixes alimentados com 0,5. de f-glucano ¢ expostos a estressor, houve aumento da atividade respiratéria dos leucécitos 3 horas apds ‘ inoculagdo da bactéria, indicando ativacao para fa: ocitose, mas ao mesmo tempo reducio do timer de neutrdilos,&s tr2s.¢ 6 horas, sugerindo uma po: tenciagio da atividade celular sem aumento do na mero das células. Adicionalmente, « concentragio de lisorima e a atividade do sistema complemento responderam 4 infece#o, aumentando simultane: amente 24 horas apés inoculacdo, mas ako foram afetados pelo B-glucano, stuido com tambagui (Colessoma macropomian) também utilizon o 1,8 frghicano como Imunoestimu: ante. Os peines foram alimentados por 60 dias com dietas suplementadas com 1,3 glucan (0,0; 0,1; 0.2; 044 € 0.8 *) e transportados por 3 horas. Contudo, © glucano na dieta no foi eficiente para mitigar as respostes do estresse gerado no transporte (Chagas et al, 2012), Em outro estudo (Chagas ct al., 2013), tambaquis foram alimentados pelo mesmo periode ‘e com as mesmas concentragies de P-glucano e sub- rmetidos a desafio por Aeromonas Indrophila. Apesar da suplementagso com o imunoestimulante nio ter influenciado as respostas imunes testadas, a menor concentragio utilizada (0,1 %) promoveu maior sobre: vivdneia dos peixes. ‘01.3 feglucano também foi utilizado na diets do peixe omamental lipis (Nannostomus trifasciatus| (0.0; 0,01; 0,1 € 0,5 % de P-glucano kg" de rag}, du- ‘ante sete dias, antes dos peixes serem transportados. por 24 horas. Apesar do cortisol sanguineo ¢ de taxa de sobrevivéncia nfo serem afetados pela adicio do Brslucano, seu uso foi recomendado, pois melhorou o ‘balango iénico dos peixes durante o transporte |Abrew tal, 2034}, Estessee Soteaimune om Pees 99 Outro imunoestimulante testado em espécie iva € 0 levamisel, um composto anti-belmintico Sintéico muito usado em mamiferos, que apresenta poderosa ago estimulante no sistema imune inato de peines (Kiron, 2012), Sado etal, (2010) observaram, ‘Em pacusalimentados por 30 dias com dietas conten: dks. 50, 100, 200, 400 B00 mag kg Tevamiso,segui dl de 15 dias adicionais com uma dieta controle, que io hove efeto no crescimento dos animais, mas o ‘nimero de linfScitos, neutrilas, monécitos,eosindf: {ose célulasgranulctticasespecais foi redueido aps 1S.diag Aconcentragio de 100 mg kg" levamisol, por 15 dias, aumentow a producio de leucéitos, mas a administacio do produto por mais tempo apresentow toxicidade aos tecidoslnfopoiticos. Biller Takalash tal (20130) avaliaram a deter- minagio do titulo de hemaglinacio como alternat- ‘a para avaliar as resposas do sistema imune adgui- Fido, ou acja, analisar a copacidade de producto de {nticorpos circulant em pacus tatados com levarni- fol, © estudio fol realizado para padronizar a titulo de anticompos produsides contra hemicias de coetho fem peines previamente imunizados © alimentados, por 10 dias, com detas contendo levamisol (0,250 500 aig Os pelaes alimentos com 250 mg k8" apresentarar tiles de anticorpos hemagutinantes mais clevados ‘Outro produto com possiveis efeitos imunoesti rmulantes em peines (Francis et a, 2005] € a saponina {de quilaia SQ), um suplemento patural,exraido da ‘asca de uma érvore do Chile e também encontrada ho aul do Brasil. O produto foi reeentemente testado fn alimentacto de pacu (Fornandes, 2014). Para iss, 1s pels foram alimentados com dietas contendo cx trata purificado de SQ (0 160; 200; 300; 400 mg kg! por 30 dias e a respostasimusoldgicas e sobreviven: a foram avaliadas apos inoculacGo com a bactéria Aeromonas indrophila. A sobrevivencia dos peixes foi faalor apenas apds sete ds de consumo de 20 mg Ig de SQ e of cfeitos estimulantes observados fo: ram: aumento da aividade respirator de leucdeitos. ‘ands sete dias de alimtentagdo de 100 e 200 mg kg. de SQ, ni concentragte de isozima apos 1S dis, com fs mesmas concentracies de SQ, independente da ‘Aeromonas hydrophila. © nimero de trombécitos au ‘mentou ediminaiu antes e apéso desafio bactriano, Tespecivamente, nos peiaes que reveberam 400 mg lig! de SQ por 15¢ 30 diss Novos protocoles para wo da saponina de quia devern ser testados para veri Sicagdo de seu papel ne modulagdo do sistema imune fem peises natvos ‘Com Felco a0 uso de plantas medicinal na aaquicultura de espécies nativas, Zanuzz etal, 2012) fealizaram 0 primero estudo utiizando a planta me- icinal Aloe vera, vulgarmente conbecida como babo- St como imunoestimulante para 0 matrinsd. Exem’ pilares juvenis foram transportados. por 4 horas, em ‘gua contendo o exrato da planta (0; 0,02; 0.2 € 2 mg de extrataL') Os resultados mostraram que a adicao {de Aloe vera na dgua de transporte wumentou a a 100 ficlogiaeFiscings de Pees Neoooias de Agua Doce ade respiratéria dos leucécitos de forma dose depen dente. No mesmo estudo, foi realizado um easaio in vitro, com sangue de pacu, para validacdo de técni 0 extrato de Aloe vera também estimulou a ativida- de respiratéria dos leucécitos desta espécie. Em ouieo estudo [Zanuzzo, 2014}, juvenis de pacu previamente limentados, por 10 dias, com dietas contendo extrato de Aloe vera (0, 5, 10 © 20 g kg", foram transportados por 4 horas e indicadores de imunidade foram ava liados. & Alice vera mostrou efeito positivo, visto que reducso da atividade respiratiria dos leucécitos © atividade do sistema complemento causados pelo es- tnesse do transporte no foi observada nos petxes ali mentados com Aloe vera, Adicionalmente. a atividade respiratoria dos Leucéeitos, a concentracio de lisarima sériea € a atividade do sistema complemento foram estimuladas nos peixes alimentados com Aise vera € infectados com Aeromonas hidrophila, 28 horas apos x inoculagdo da bactéria. ‘Um estudo avaliou a incluso de alho (Allium sativum) na dieta (0; 1,000, 1.500 e 2.000 mg ket le ppacus infectados com Andcanthorus penilabiatus (Mo- hogenea: Dactylogyridae|, durante 15, $0 45 dias [Martins etal, 2002). Ap6s 15 dias foi registrado, nos pelxes tratados com 1.000 e 2.000, uma redugd0 dos parastas nas bringuias. A odicdo de alho promoveu, ‘inda, um aumento do ntimero de eritrcitos trom bécitos ¢ uma diminuicio dos linfcitos. Apés 45 dias de alimentagdo, os peixes alimentados com alho mos traram aumento do niimero de eritrécitos,leucéeitos, ‘ombscitos, do hematéerito € da concentragao de he- rieglobina. studlo recente investigou a acto do carboguela: to de cromo adicionado na dieta de pacus (12, 18 ¢ 36 sig do composto kg, por 90 dias) na resposta infla tatéria aguda nio especifica induzida pela inoculacto de Aeromonas Ipdrophil inativada na bexiga nataéria dos peixes. Os resultados sugeriram que o suplemen- to dietético nas concentragdes de 18 ¢ 3 mg troue benelicios homeostiticos aos peines traduzidos, em Referéncias bibliograficas ta and § Mari 2018. tamu epi oom arp iG cr edthhtalmuntans ts fra i Ral an ary Aasces 9 1598 1807 ‘Attas AK, aad AH Licmun, OL Me uals Funct Pied PA BUA ‘Abe, |S a BC. Urbina 2006. Plog epee Tat enc onan kort ls oa Cod ‘ey J 307 Sleeving nett pc irs inwpetoncs Halter Ferner de lect, Va tee po copa Tee de “cutorn Cares de Ro Gradaohs em Natu Tes de ‘Conca Agr Weenie sven Ban Pr Janet Sh esl parte, como reducdo das consequéncias do estresse Iinflamatéri o que favoreceu o actmulo de linfcitos & trombdeitos no foco afetado, como uma resposta imu- ne aumentada (Castro et al., 2014), Perspectiva e avancos metodolégicos Bsforcos vm sendo feitos na pesquisa brasilei- +a para o entendimento do sistema imune dos peiaes natives ¢ sua modulacio, © deverdo gerar crescente conhecimento dos mecanismos que controlam esse sistema e que, certamente, terio impacto no desen- volvimento de técaicas de criagio de organismos aquéticos responsiveis por reducio de perdas e av: ‘mento da lucratividade do setor. O dominio das meto- dologias @ um importante passo para uma melhor in- terpretagdo dos resultados encontrados e melhora do conbhecimento do sistema imune dos peixes nativos, visto que o grande volume de conhecimento cientif € tecnologias disponiveis relacionadas com manejo, imunidade, estresse e resistencia a patdgenos vem de estudos com espécies de ovtras regides do mundo © {que nem sempre se aplicam as espécies nativas de clinaa tropical. Neste contexto, a padronizacio de tée- pleas e metodologias adaptadas para as espécies natl- vas, é um avango para os estudos destas especies. ‘Na tentativa de disponibilizar ferramentas para avallagdo do sistema imane de peixes nativos (pacul, estudos padronizaram técnicas. para determinaso da atividade respiratéria dos leucécitos ativida: dde da lisozima (Abreu et al., 2009; Biller-Takahas! et al, 201%; Zanuezo, 2014), atividade do sistema complemento pela via ulternitivs (Biller-Takahashi et al, 2012; Zanuzzo, 2014); titulo de hemaglutin fo de anticorpos (Biller-Takahashi et al, 2013a) & atividade bactericida do soro {Biller“Takahasbi et a 2012b}. Essas técnicas vim sendo utilizadas com &xi- to e tem melhorado significativamente a qualidade dos trabathos utilisando espécies natives, tte 50698 Mun Much A.. a AL Rie tod Uta bao Levkacyte Peay bars en ye ‘elinpacu tours meets Watery 16071 Beton oral Boge 681755119, ‘Aes JSR etn, de: Gomes DM. Micon Tulitcer, © atten RC rina and} Mar. 208 ‘teagan notes ep he petit an ‘rau dung wanton he ho Nesta, Neto Tehoygy im ree ‘ej, A, a Tale, 201, Chemo eet a pce evelopment and Compra Fnenerogy 312151222 ‘Amos WY. and OX Mcemedhun 2X2. Melo wachan a ‘ora sapraeree tet Angee ef se Rew ectey br Siocon recep: Fea of Lesher Raley 70 15 i eNom, AA Rabe: ld, 088, A sein an ein rong expel Fe ure Labeyt og S09 ST sah und MEAL ioe, 20 seo enor tb a a A eens ener and Somes peje Dando. 1992, momo be 2 an estar cin cane Oateme nec ato yon nro cris mrt Sera aa tmaneptbns SH ey ton Lectin a ence mcs wren a Se kon Sth smuor © 27728 hae U6, Yn.P Xu Lar St 2 eo ae fe LO. Yi a uma on Lees Mon aan. Cine: et rei romans epi of Wk at Pa tated reac on venom Me un te, and Onn, org at Mt ean snrarep acing ee 1 LS! Nara eyetnes ney eH, and gg 201 ence tary id mane em Snore Sas eso he Cs ae aor Nut Peta deck Pas In New Werk NY, USA ats Rand}. Wo, 203 Catlins tami of at rb peels Car od Malet Lie penton ©3113, Sea, ad G2? Chane. 096 Maer rN ecard cpr fs 28 a eer cece Endocr Rovio 7 245264 se Band, nm 309 Pyle conga on nd th enon the ganna eco et pn Rei 0 Fas Ovens t 2, rey dare, 2a. The mete pla rogenew iemae ib Soeer nome roman = tebe MAA: JF Jno, Sees FE Mowat S008, te AAA ee eae kin re SS rahe Mogens: Dato =m Fast Arment ets At sHe la A. sihc Seb, FR Sere, UE Sats AMAL Ht ergs me Eee tary spire a ae ing dey on mavobiye rate sth a crate a eer ih, Pen pa Comparine Pabbgy 138 15 ma MAA, JRE Mae, VX Sore St Marian €D, Bus MAI Site Cad vdogrns erik A Me ae ey rope mpc en Soda #0152 cis MAA, PRM. Yoouda HJR Ped, LE Mere VE, tp MAA EME pte Denon etic ftom ere Soars 0 cng em on the emule TOE esi chee farmer oto. Agucatere ATA oyard ©. 147. es ener Tiere Pa ce iucer 6) 16-FUh an PHM, Kare, 208, Regu at les orice, meaner a ree earn es Pars S801 8 2 he Tr AP Fare ond) Colm elitr Ft Sei Nclgh Bari, Ade Pres Amer ec, RM SE seb. and. Marans 946, tomy sc SE Br eer Tee Ploy of ibs CHC Mage 2S Pace sein CRE Pee tee, Boa Rate FLSA. hte Wot ene Estesse¢ Sstemalmine enPenes 101 pashan De DK Men, Ber. Oat Day Mohini. sa Feb oh and hie oe A ae ee i copays enn Fi PPT icarar mar 1 TUTE ONT bine ikl JD: L$. Tah, and EC, ita 208, De a ay ters qc, Pca ma eg ed mame Wrtin 12658 nn maces 5. ahs, Pan $A, bon, we ha a rl cy amo ie tet 2 arene, 6 A Lo ee Srna Ween tea 3: EATS uncmaheb J: 1S. Taatnh ALY Sa: Rime sad BC er abl acy rary bur chy exits ney acs os pusesshink, 1; US. abet COM. Mame add, Tk 1S Me. Usa 20 Hema acy of x Sti onan nae ae on, ti manent sf nnmanai }; Loans CM Marci achade eS en 204 Diese eas oP 15. at geben 188 fod wih BI. ‘ne ora Bey. pre bnsden T} & Ch, on, Romo 205, Dslr tt fC ot a Fth na Sb ie reed A Aric, A Ro, nla 19 ton Ae atten yon a macerssring nett me Shae ran cl Ph De 8 219 nctnch 1 neh RA. Dn. 205, The wo of mental i ech aS immonegy 1: 87 7 cera de cron ston em eres et ie Near. Cum. Grn Sede Frade de Citcos win Wiis SLATE iat Pt, oben Br sien J), ad Gna 98, rom ad fc Mall Sst ad sn Apert: Chee OY eee sen gn. Te wine cf he Body Plog Renee ca int: Boy hanes mpi, ange few ae: Ton anda, Ne York USA canon We id, Grin fr Pye Boece. Taylal Reviers 951 ee 1000 The Wik of he bn WE en, New Yah ‘con mr sO.S Candi, Si Barun # Gari RY sn A oS ge Samed | RE, Meer, 2 FA lot, SA ery ths cry sep Mere a cer regase cary sistemas sone econo Aquat SE 11408 Crt, Te MR een, che ot ac eres St, Attenuation of Ne 1 Near rns common or (CTU FAO Ce Ceara tent? 206-18 cauag €1 :Pequren YA, Dane [tend Soe Oe pecan gente rao 0 25 era ec od Uma 7. MBSOL ce C1 YA. ten) Jou FH en Secombe 20% Ten ang CLAD) to tc ae oa Ons

Você também pode gostar