Madalena Matoso vence Prémio Nacional de Ilustração 2008

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Capa de “A Charada da Bicharada” DR

Com o livro “A Charada da Bicharada”, Madalena Matoso venceu o Prémio Nacional de Ilustração relativo ao ano de 2008. Com texto de Alice Vieira e edição da Texto Editores, a obra foi avaliada num conjunto de 147 candidaturas, de 40 editoras, num total de 81 ilustradores.

A ilustradora, que concorreu também com obras do Planeta Tangerina, disse ao Público que ganhar este prémio “é importante” e admite que o seu valor (5000€ + 1500€ para a presença na Feira Internacional de Bolonha) “foi uma das motivações para participar”.

O que é que muda quando se vence um prémio assim? “Ainda não sei, a minha atitude perante o trabalho continuará a mesma. Estes prémios ajudam os livros a prolongar a sua vida, o que é bom para as editoras. Além disso, o dinheiro vem mesmo em boa altura, porque o retorno financeiro nem sempre equivale ao trabalho efectuado.”

Madalena Matoso, que também venceu o prémio de melhor ilustração para livro infantil do Festival de BD da Amadora 2008, conta que foi convidada para este trabalho pelo director de arte da Leya, Jorge Silva, e que ao longo do processo de criação/produção não sentiu necessidade de falar com a autora do texto, Alice Vieira. “Penso que ela não quis interferir. Como se tivesse deixado um espaço em branco para eu preencher. A única regra era a de que o animal que o texto falava estivesse lá, mas não fosse a imagem principal. Foi um trabalho muito livre. Uma espécie de jogo muito interessante para uma ilustradora.”

O júri (Dora Batalim, Sara Reis da Silva e Vera Oliveira) justificou assim a escolha do livro: “Esta publicação, um álbum poético, género escassamente editado em Portugal, evidencia-se pela articulação expressiva das componentes pictórica e verbal. A criatividade e a inovação das ilustrações materializam-se no recurso a uma paleta cromática forte, rica e livre, que sustenta uma arquitectura visual esquemática e segura. As imagens potenciam a proposta lúdica dos poemas, que funcionam como adivinhas e/ou charadas. O discurso icónico, pautado pela subtileza e pelo enigma, convoca um olhar insistente, curioso e inquiridor.”

Esta é a 13.ª edição do prémio, atribuído pela Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas e pela Associação Portuguesa para a Promoção da Literatura Infantil e Juvenil, que escolheu ainda, como menções honrosas (1500€ para deslocação a Bolonha), as obras de Bernardo Carvalho, “És mesmo tu?” (texto de Isabel Minhós Martins, Planeta Tangerina) e de Paulo Galindro, “O Cuquedo” (texto de Clara Cunha, Livros Horizonte).

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